31 de jan. de 2010

 
Selo "Esse blog merece uma parada obrigatória"

Recebi de meu grande amigo Caio Colleti do Anagrama, vencedor do prêmio Parada Obrigatória de blog parceiro esse selo, ou seja, estou entre suas 5 indicações na blogosfera. Estou estupidamente lisonjeado! Primeiramente por ser leitor assíduo do Anagrama e da escrita de Caio Colleti (que a um bom tempo não escreve mais contos... Fica aqui a cobrança) e por também ter o enorme prazer de colaborar com seu blog na medida do possível. Valeu mesmo, Caio!

Cabe a mim indicar 5 blogs para receberem o selo (só não sei se eles ficarão tão lisonjeados assim, rs)

Vamos lá:

A hora da metamorfose do meu amigo Lou James (escritor e rockstar);

Isa F. blog  com poemas breves e góticos;

Oficina Missões do Fábio Zen, escritor competente e versátil e bem-humorado;
 
O Quasar do V, dono de brilhante escrita e também colaborador do Anagrama;

Soluço Mental do Diego Glommer, escritor e contista libertário por excelência;

Ficam aqui as regras:

 - Postar em seu blog o selo e as regras;

- Indicar mais 5 outros blogs parceiros para receberem o selo;

- Avisar os blogs que você presenteou.

E os meus parabéns a todos que participaram dessa iniciativa.

Abraços!
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BRUNO necessita de prêmios para alimentar seu ego

26 de jan. de 2010

 
Bentinho e Capitu e zumbis
Por BRUNO

Seth Grahame-Smith é um sujeito corajoso. Digo isso pelo frisson que vem causando na internet ao publicar Pride and prejudice and zombies, uma divertida mistura de filmes de George Romero com o clássico de Jane Austen.

O barulho deveu-se aos inúmeros fóruns de discussão na internet e sua boa aceitação no mundo "geek", além do autor ser conhecido por inusitadas obras e títulos dos mais variados gostos como O grande livro do pornô e Como sobreviver a um filme de terror.

A ideia do autor é basicamente inserir ataques de zumbis invasores à pacata cidadezinha descrita por Austen, mantendo a atmosfera do livro que foi lançado há dois séculos atrás ao substituir passagens do romance por batalhas contra mortos-vivos sem que se deixe confundir ou mesmo extrapolar o enredo geral - até mesmo as ilustrações mantêm o contexto da obra original. Uma façanha sem precedentes, sem dúvida.

  
É quase impossível não imaginar um de nossos clássicos tupiniquins, a escrita pesada e realista (e às vezes modorrenta) de quase todos os grandes sucessos oriundos do século 19 transformados em relatos de comunidades sitiadas e em estado de alerta total frente à uma insurreição de zumbis. Homens de cartolas e mulheres com vestidos sugados na cintura correndo desesperadamente de seres de andar e gemidos mortificantes. O Alienista de Machado de Assis é o primeiro que me vem à cabeça: em vez de loucos fugindo de um hospício, que tal um bando de zumbis atravessando os corredores, pulando as janelas e tendo acesso às ruas e a população? Hum... me parece básico demais. É preciso trabalhar numa história muito mais densa que nos permita inventar novas passagens em um romance que abrange muitos valores do nosso cotidiano... Uma história de amor... Dom Casmurro! É isso!

Vamos lá: o romance começa normalmente, com a narrativa de Bentinho a respeito de sua mãe, José Dias e os moradores de sua casa, nada de infecção por enquanto. Aliás, esse é uma boa pergunta: como um surto de zumbis começa? Nunca fui lá um grande admirador desses tipos de filmes, mas a iniciativa de Seth Grahame-Smith realmente me chamou a atenção para o assunto. Ouvi o Nerdcast de zumbis para me certificar de como nascem e são destruídos os zumbis.

Temos então três alternativas para seu nascimento:

1) Mortos-vivos que andam por aí após um ritual vodu;

2) Mortos que saiem escrotizam por aí após a manifestação de um vírus;

e 3) Mortos que voltam do Inferno. Simples assim.

E mais ou menos como nos contos vampirescos (e não falo dessas galhofas, brilhosas e irritantes que tanto faz sucesso hoje em dia), um ser humano saudável, ao ser mordido, tocado ou sei lá, começa a se transformar, lentamente, na criatura. Temos várias escolhas para conduzir nossa história.
 

Bentinho está apaixonado por Capitolina, a Capitu, e nem preciso falar de seus "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", pois eles já foram imortalizados na literatura brasileira. A mãe de Bentinho quer vê-lo em batina de padre e o garoto é tão apegado a ela que nunca conta sobre seu amor pela menina da casa ao lado, então cabe a José Dias persuadi-la do contrário. Bentinho conhece Escobar no convento e fica admirado com sua energia e seu ímpeto, se despede de Capitu, viaja para São Paulo, se torna homem feito e bacharelado em Direito e aos 22 anos retorna. "Serás feliz, Bentinho", diz a si mesmo.

Mas quando retorna descobre que os mortos cavaram a sete palmos, escaparam dos cemitérios e agora perambulam por todo o Rio de Janeiro em busca de alimento. A cidade está sitiada. A população desesperada. Obviamente José Dias lhe deixou esclarecido de todos os pormenores.

Em meio a todo o caos, Bentinho ficou vislumbrado ao ver novamente Capitu, muito mais linda do que jamais vira e casa-se com o seu grande amor. Queria acima de tudo protegê-la dos perigos que corria a humanidade.

Existiria aqui o ciúme de Bentinho? Talvez valha a desconfiança, mas de outra forma: Bentinho não sabia discernir as pessoas dos zumbis, ou sempre estranhava um leve sinal de contaminação que os deixassem em perigo.

Confinados em suas casas, Bentinho, Capitu, Escobar - agora um homem de negócios bem sucedido - e sua esposa Sasha (amiga de infância de Capitu) vivem juntos quase o tempo todo. Escobar levantou suspeita em Bentinho ao sair de um dos quartos de sua casa, dizendo estar a conversar com Capitu, e a mesma sequer ouvia o que o marido lhe dizia. Percebendo a insatisfação de Bentinho, Capitu revelou ao marido o que havia conversado com Escobar: ele comprou um martelo de 5 quilos, para rachar o crânio de qualquer zumbi que se aproximasse de sua propriedade. E afirmou que Bentinho poderia usá-lo. Ele engoliu a seco, seja lá o que sentia.

Tio Cosme, prima Justina e Dona Glória faleceram devido ao contato com as doenças que invadiram as casas ao espalharem a moléstia dos corpos devorados e apodrecidos nas ruas. Escobar agia estranho aos olhos de Bentinho. Parece extasiado demais. Sempre falando em nadar os sete mares. "Estava fora de si", pensara Bentinho. Os suprimentos também estavam acabando e as autoridades do Segundo Império solicitavam ajuda do exterior, mas a situação estava mesmo calamitosa.

Bentinho trabalhava em seu escritório quando recebeu a notícia de um criado: Escobar morrera afogado. Vestindo seu traje especial para conter a contaminação a qualquer ataque zumbi, reconhecera o corpo do amigo, com aspecto inchado e assustador: nos olhos, nas veias do corpo, tudo levava a crer - a Bentinho e aos curiosos que se arriscavam ao ar livre só para admirar o morto - que Escobar tinha sido contaminado por algum zumbi. Num estalo, Bentinho lembrou-se de Escobar perambulando por sua casa em horas inapropriadas, dos olhos de Sasha que cruzaram com o seu, "eles pediam socorro", segundo sua interpretação; José Dias, no seu leito de morte, suspirou e entusiasta dos superlativos, elogiou o "lindíssimo" dia antes de falecer e arrancar lágrimas de seus olhos. A doença causada pelos corpos das vítimas dos zumbis acabara com a vida de seus próximos e os vivos agiam de forma estranha. Até mesmo sua querida Capitu. Oh! Tudo agora fazia sentido: a mulher de sua vida era um zumbi!!! Oh não! o que fazer?!! Bentinho não suportava ver seu filho, Ezequiel, que assim como Escobar tornar-se-ia um zumbi sedento por carne humana, pelo simples fato de ser gerado por uma mulher contaminada! Ele não queria alardear as autoridades ou até mesmo deixar Capitu ressabiada, mas teria que se livrar dela e do filho. Bentinho ruminava de rancor e ódio contra qualquer um daqueles bastardos que andavam pelas ruas e o deixava preso entre quatro paredes.

Bentinho descobriu uma clínica de reabilitação contra zumbis na Suíça e levou Capitu para lá se recuperar, enquanto percebia a longa e exasperante transformação de seu filho em um daqueles seres horrorosos - espasmos sutis, tiques e diversos indícios de seu futuro desesperançoso. Em Jerusalém Ezequiel não resistiu à metamorfose e morreu (dizem, porém, que ele decidiu-se por morrer enquanto a transformação definitiva em zumbi lhe tomava de assalto, teve Ezequiel total consciência do que estava para se tornar). Seus amigos, mesmos mortificados pela perda, lhe homenagearam, enterraram o corpo num cemitério específico para contaminados e cobraram as despesas a Bentinho, que espremeu em seu coração o alívio de não ter que jamais encarar seu filho zumbi.

Ruminando a dor de perder seu filho, seus familiares e de ter que se afastar de seu grande amor por causa de sua suspeita de contaminação, Bentinho deixou de ser um homem de palavras e agiu: "Chega!", disse ele. Desceu os degraus em dois até a porta principal, arrombou-a com um chute forte e munido de seu martelo de 5 quilos saiu a combater os zumbis que corriam desgovernados até terem seus crânios violentamente esmagados contra o chão úmido e pestilento. Bentinho não temia o exército de homens e mulheres deformados que pareciam brotar por entre as casas desertas (nenhum humano à vista). Ele lançava o martelo para trás até encurvar-se sobre o próprio corpo e, com toda a força que tinha, lançava-o à frente - uma martelada podia dividir um zumbi ao meio, ou esmagá-lo por completo. As mãos fedorentas, os braços de tonalidade verde, os corpos que se despedaçavam aos poucos estavam mais próximo de si e ficou impossível de Bentinho livrar-se de seus inimigos. Ele foi rapidamente morto, devorado pelos dentes podres de bocas leprosas e cheias de salivas. Bentinho jamais desistira. Foi a última resistência de que se teve notícia.

Faleceu com a dúvida: era Capitu um zumbi ou não? E por que jamais a esquecerá? Bentinho sequer pode escrever sua História dos Subúrbios. Tempos depois, fiquei sabendo que o sítio teria sobrevivido a cinco anos de ataques zumbis. Milhares de mortos depois, os zumbis foram morrendo devagar, disseram-me que um dia olharam das janelas e já não havia mais nenhum morto-vivo pelas ruas. Estávamos livres. Ou não me seria permitido contar-lhes essa história...

 
Viu? Ideias não faltam. O que nos resta é somente serem criadas editoras genuinamente brasileiras que se inspirem na Quirkbooks, editora responsável pela publicação de livros engraçados e estranhos como Pride and prejudice and zombies lá na gringa.

E o que você acha? Capitu foi mesmo contaminada? Ou não? Era tudo obra da imaginação de Bentinho? Bem, só nos restam aqueles "olhos de cigana oblíqua e dissimulada"...
 

Abraços!
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BRUNO não tem paciência para discutir em fóruns na internet 

25 de jan. de 2010


Árvore, celeiro e pedaços - PARTE 2

Por BRUNO


                                  Para ouvir: "Real Desire" de Dan Auerbach





A casa de Candance era toda de madeira, inclusive o assoalho, e por ser tão velha, o ranger dos degraus a metros da mesa de jantar anunciavam as visitas. Quase todas eram inesperadas, mas para Maurie todas eram desagradáveis. Às vezes, ele dizia que era melhor um tornado levar tudo aquilo só de um sopro para acabar com todo aquele tormento. Três batidas na porta foram ouvidas. Laurie, a namorada do Jeff, atendeu e para seu desprazer, era William.

- Candance está? - ele perguntou. 

Antes mesmo de responder com seu ar insosso e seu sotaque carregado, Laurie foi interrompida pelo pai. De maneira brusca foi para outro cômodo, pisando firme o velho assoalho deixando os dois a sós.

- Caddy - era assim que Maurie a chamava - está ocupada. Tem coisa a fazer.

- Volto depois... - William disse.

- Espero que não - retrucou Maurie.

William foi embora.

Maurie não gostava muito de William e até mesmo o desprezava. Ninguém sabe ao certo, Maurie era muito reservado. Ouvi dizer que era rixa antiga entre as famílias vizinhas e tudo isso começou lá por volta da época em que Candance e William nasceram - deve ser por isso que ele desconta no garoto? Eu não sei. Maurie também não era gente boa. Pouca gente em todo aquele lugar era boa. O Maurie, depois que William se foi, ficou matutando uma maneira de afastá-lo de Caddy enquanto mastigava. Não era sutil de forma alguma. Tinha cerca de 40 anos, só que a vida tratou de deixá-lo com uma aparência muito mais velha que se acentuava com sua maneira rústica de se vestir. Ainda assim implicava com William e suas botas sujas de barro.

Ao cair da noite ele a viu. Estava de banho tomado e sua pele parecia refrescada e usava um leve vestido amarelo que flutuava ao vento.

Candance queria saber por que a procurara.

Queria vê-la, só isso Candance. Vamos ver as estrelas de novo? Ou subir na árvore. Na nossa árvore. O que acha?

Candance fez que sim com a cabeça.

Não havia escurecido por completo, o que beneficiou a escalada. No topo da árvore o vento estava mais forte e os cabelos loiros de Candance dançavam de acordo com a música soprada em seus ouvidos.

Foi lá de cima que William viu um carro se aproximando pela estrada que dava na cidade. Ambos desceram dos galhos e ficaram a observar o veículo. E não eram apenas os dois, qualquer coisa nova aguçava a curiosidade da vizinhança, principalmente um carro tão luxuoso. O carro aproximou-se dos dois e foi freando devagarzinho. Dentro dele havia um motorista de cabelos escassos e oleosos, cara cheia e ar bonachão; no banco de passageiro havia um senhor grisalho com nariz pontudo, magro que só ele; e no banco traseiro havia um jovem branco de corpo lânguido, feição frágil e bigode ralo. Acompanhado de uma cartola elegante e protuberante e terno bem cortado, ficou a fitá-los estáticos na beira da estradinha que dava acesso ao vilarejo.

- Viemos da cidade e gostaríamos de saber... hã... só um momento - o velho magro e narigudo o interrompeu entregando um papel de jornal amassado. - Bem - disse ele voltando sua atenção aos jovens - temos uma informação a respeito de vendas de propriedade. Sabem de alguma coisa?

William disse "Acho que é a...", mas foi interrompido por Candance que tapou sua boca lançando-se à frente num movimento inesperado. Ele ficou aturdido e os homens dentro do carro estranharam o comportamento da menina. Inclusive o garoto, que a observava inquieto.

Candance disse que eles não sabiam de nada e com seus olhar castanho de tarde chuvosa obrigou William a concordar.

- Tudo bem, então - disse o motorista. Vamos continuar a procurar, obrigado pela atenção.

O carro continuou seu caminho, não deu ré e ficou a andar bem devagar pelos quarteirões de terra seca e poeira subindo à superfície. No banco de trás do carro o garoto ficou escorregando até a porta na medida em que se distanciavam dos dois adolescentes na beira da estrada. O segundo a olhar a terceira que observava o primeiro. William quis saber o porquê da atitude de Candance.

E Candance disse que a propriedade que procuravam era a de seu pai que anunciou nos classificados a venda de sua fazenda na última vez que visitou a cidade. E Candance não queria ir embora dali, não queria deixar tudo pra trás.

William ficou desesperado e Candance chorou. Em meio à angústia ele desabafou o que estava sufocado dentro de si por toda a vida.

Você não pode ir embora, Candance. O que será de mim. Você é a única pessoa que conheço.

Candance escondia os olhos, mas as lágrimas atrevidas escorriam pelas mãos.

Eu te amo Candance! Sei que nunca havia dito isso, mas pensei que você sabia. Mulher sempre sabe não é? E meninas? Achei que você também queria isso. Oh, me desculpe, estou chorando feito um menino bobo. Mas veja Candance. Olhe! Sou homem! Posso levá-la comigo e viveremos juntos! Vê essas mãos? Elas trarão sustento para nossa casa! Para nossos filhos! Mas e se seu pai vender a fazenda... Oh Candance...

E Candance chorou ainda mais. De repente começou a correr. Para o celeiro.

William a seguiu. Agora estava completamente escuro e o céu estrelado repousava feito lençol na grama rala enquanto as botas sujas seguiam os rastros dos pezinhos descalços. Eles sempre foram cuidadosos para não pisar nas luzes para não incomodá-las. Pisavam onde não resplandeciam. O vento uivou mais forte e as folhas do topo da árvore se desprendiam sem rumo apagando as estrelas por caminhos aleatórios.

As pegadas terminaram na portinha, William entrou pisando devagar e viu Candance deitada na palha, iluminada pela luz atravessando as frestas.

Candance lembrou-o que próximo dali ele havia dito que a luz da lua era na verdade do sol e que a lua não era como os vagalumes e vagalumes eram abelhas que brilhavam.

William caminhou indeciso e repousou seu corpo sobre o dela e ficaram ambos a se olharem. Tudo já estava subentendido. Bastava-lhe abrir um por um os botões que fechavam seu vestido amarelo, descê-lo enquanto beijava seus braços seus seios sua barriga e quando despi-la totalmente, beijá-la na boca e penetrá-la. O celeiro inteiro acompanhava seus movimentos e a luz da lua agora parecia um farol através da janelinha, indicando as embarcações do leste ao oeste, do sul ao norte e o percurso do líquido que Candance sentira escorrer pelas pernas após uma breve dor, todos os caminhos guiados pelo Cisne.

O celeiro parou embaçado às vistas de William que jamais havia sentido uma sensação tão boa. Os odores confundiam-se com o gosto doce na boca e seus dedos formavam sombras escuras na pele clara de Candance. Ela adormeceu ainda em seus braços. O braço direito segurava sua cabeça pela nuca enquanto os dedos de sua mão esquerda acariciavam sua testa e ajeitava os cabelos loiros de forma que todo o rosto permanecesse sereno. Ele apenas a contemplava. As horas deram voltas rápidas no relógio. O sol completou seu ciclo e bateu às portas do horizonte novamente. A árvore mantinha seus pólos iluminados e escuros e permaneceriam assim por toda a manhã.


Continua...

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BRUNO é apaixonado pelas obras de William Faulkner
Créditos de imagem: Bildmacherin

20 de jan. de 2010




Intenção e responsabilidade

Por BRUNO


Neste artigo vamos nos aprofundar num dos movimentos filosóficos mais importantes do século XX: o Existencialismo, que ainda é influência mesmo para os estudiosos contemporâneos.

 O avanço tecnológico às portas do século XX transformou todas as áreas de conhecimento. Era a época da máquina e o apogeu para um futuro onde as ciências naturais e sociais deixariam o subjetivismo e seriam mais bem decifradas pelas ciências positivas. E a corrente filosófica mais propícia para suprir essa necessidade alardeada pelo novo mundo era o positivismo lógico e seus métodos científicos (mais disseminado pelo Círculo de Viena). Por outro lado, o cientificismo encheu os olhos daqueles que incentivavam guerras em nome desse futuro à velocidade das locomotivas; as máquinas tornaram o mundo mais frio e acordos e desacordos entre nações causaram diversos atritos que reduziram o mundo a áreas de influências e uma Europa em ruínas após duas guerras mundiais.

Na contramão da corrente vigente da época, veio Edmund Husserl (1859-1938) e sua Fenomenologia que tinha como meta trazer a filosofia de volta à metafísica. A fenomenologia baseava-se na noção da intencionalidade, conceito este que seria muito importante para a filosofia sartreana. Ensina Husserl que a consciência tende para o mundo, dirigida para o mundo. Nenhuma consciência é pura, ela é consciência de alguma coisa e ela é para o mundo, assim como há um objeto em si, ela é para o sujeito que lhe dá significado. E é aí que a fenomenologia rivaliza com o positivismo lógico: não há um conhecimento científico neutro, livre de ação e das paixões humanas. A fenomenologia, antes de tudo, "humanizou" o mundo, não o concebendo como algo separado do homem.

A humanidade estava cética. Os corpos pilhados em campos de concentração desmotivaram crenças e, acima de tudo, a esperança na importância do papel do ser humano no mundo.

Após 1945, surgira nas universidades francesas um movimento intelectual totalmente influenciado por sua época, buscando a recriação da identidade dos homens e mulheres que reconstruíam seus países destruídos. "Existencialismo" foi a expressão cunhada pela imprensa francesa. Muitos pensadores deste movimento negaram este rótulo - de "filósofos existencialistas" -; entre eles estava Marleau-Ponty (1908-1961), que preferia sua obra com a alcunha de "filosofia da existência". É sabido que mesmo Jean-Paul Sartre (1905-1980), principal figura do movimento filosófico, renegou o título9 de existencialista à posteridade.

Através da obra Husserl, Sartre buscou a filosofia que tinha desesperadamente procurado até então: uma filosofia que recriaria o sujeito. Era comum na filosofia do século XIX e início do XX a ideia de "representação". O mundo agiria através da nossa percepção de cores, cheiros, sabores, visão, etc. Inspirado na fenomenologia, o jovem Sartre nos lançou até o mundo - para sentirmos as sensações, teríamos de ir até elas, para alcançarmos o objeto é preciso que nos lancemos no mundo e não apenas moldá-los em nossa consciência.

O existencialismo não é uma filosofia de desespero e desolação. Na verdade, esse é o primeiro estágio do "método". Alguns podem mesmo se sentirem desesperados por um mundo desolado e clamar a Deus uma mudança. Uma melhora. Nesse campo a filosofia de Sartre se torna a mais densa e importante, porque Sartre nos diz: "Deus não existe", não há nada que preceda o homem e, assim, como ensina a fenomenologia, o homem tende para o mundo. Somente ele é responsável por sua vida e a dos demais, segundo suas escolhas e ações.

É muito comum associar a ausência de um ente divino predecessor como total falta de responsabilidade moral, mas Sartre, pelo contrário, evidencia e expande a importância da existência humana. Estipula a intencionalidade, o homem se faz, faz o que quer através da intenção de fazê-lo, nada é determinado por outrem, o homem é livre de todas as formas possíveis. Ele vive sua vida como uma obra inacabada cabe a ele terminar o que ele mesmo iniciou. Porém, essa liberdade absoluta requer responsabilidade: agir da maneira que deve, isto é, gozar da liberdade plena obriga-o a se responsabilizar não só por si mesmo, mas por toda a humanidade e pelas consequências de seus atos. Essa é sua legislação. Viver de tal de forma que não esta é, segundo o filósofo, ma fé com a vida e com seus iguais. É preciso aceitar viver com a angústia que acarreta tamanha responsabilidade para conservar nossa legitimidade como seres humanos, ou nossa única escolha é necessitar de deuses ou outra coisa que os valha. A emancipação será assim adiada. Tornamo-nos isentos de nossos erros e buscamos culpar forças maiores que nós.
 


Aqui lemos um breve e explicativo resumo do Existencialismo, sua origem e suas implicações. Quero deixar a filosofia existencialista de Sartre para outro tópico (o que fecha essa série). No próximo artigo iremos estudar o filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), suas influências e sua polêmica adesão ao Partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

Segue abaixo um link muito interessantes a respeito do existencialismo:


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BRUNO procura um movimento filosófico de bolso
Créditos de imagem: Gabz

16 de jan. de 2010


 Árvore, celeiro e pedaços - PARTE I

Por BRUNO


Para ouvir: "Trouble Weighs A Ton" de Dan Auerbach




"...o único ambiente de que o artista necessita é qualquer lugar onde possa obter paz, solidão e prazer a um preço não muito alto".

William Faulkner

Todos os dias, quase que religiosamente, William caminhava pelos arredores da fazenda onde nascera e fora criado. Seu pai a considerava como uma herança maldita de seu avô que começou com a derrota dos sulistas pelos patifes do Norte: perderam-se escravos, regalias e o sentimento de patriotismo do vovô Bill. O Pai não era tão entusiasta desse "sentimento sulista" que acompanhava a família e procurava incessantemente uma maneira de por os negócios novamente nos eixos. Isso era somente uma parte do problema, pois a colheita estava escassa há anos independentemente da estação e faltava pasto para os animais, o que influenciava na produção de alimentos. Segundo ele mesmo, o Pai, se os "engravatados do Norte encher seus bolsos de dólares, que assim seja!" Por outro lado, era conservador ao extremo no que se referia à disciplina no lar e nos costumes, alegando uma ética que não existia para justificar ações incompreensíveis. O Pai, por sua vez, não praticava nenhuma religião. Nunca o achei bom sujeito.

William pouco se preocupava com os acontecimentos políticos. Tão pouco essas coisas de herança que tanto seu pai dizia e que era acompanhado de "maldição" como um sinônimo cuspido. Havia sido inúmeras vezes ameaçado de perdê-la por completo por causa do seu comportamento "arredio e liberal" - palavras do Pai.

O que realmente lhe importava era Candance, a menina mais linda que já vira, filha caçula da família vizinha e a mulher com quem queria se casar e constituir família. O menino estava com 14 anos e já pensava no nome do seu primeiro filho: Jason. Claro que pediria a opinião de sua amada sobre com que nome batizá-lo. Mas não queria menina como primogênita de jeito nenhum. Sempre se atentava ao fato de nunca ter compartilhado seus sentimentos com ela, nunca havia confessado, nem mesmo para os poucos amigos que tivera. Ansiava pelo momento de pedir sua mão por toda a vida, mesmo que os sons das palavras saíssem tremidas pelo balbuciar descontrolado dos lábios.

Candance era muito inteligente e tinha olhos perscrutadores que se indagavam sobre tudo, sem receio de parecerem - os olhos - curiosos demais para os outros olhos (os olhos da gentinha fofoqueira com os cotovelos debruçados nas janelas daquelas choças miseráveis dos arredores)... Quando os recursos da família de Candance se deterioraram com os novos tempos, seu pai, que tinha ao todo cinco belas filhas, tratou de casá-las todas. Somente Candance, por ser a mais nova, se livrou dos votos matrimoniais. Maurie não se importou muito com os destinos das meninas e até casou uma delas com o Benjamin, um calhorda que foi acusado de estupro e que foi inocentado por falta de provas; e dizem até hoje que ele não foi preso por que a vítima era uma negra que servia sua família.

William acreditava que homens de má índole pagariam por tudo no calor do Inferno. Não acreditava nesse mundo porque aqui era lugar de penitência e provação e havia sim um lugar melhor. Neste mundo mesmo. William também não se preocupava com o céu ou com os anjos. Moravam todos bem próximos dali. Numa imensa árvore que emergia do chão seco e grama rala e florescia bem lá no alto onde a luz do luar pairava todas as noites sobre as folhas verdes reluzentes. Quando Candance escalava com ele os galhos da árvore, abertos como braços gigantes a fim de abraçá-los, podiam ver toda a fazenda, o celeiro e os bichos pastando. E quando o sol ficava no meio do céu e os castigava com a alta temperatura, a árvore e seus braços gigantes refrescavam os dois com sua sombra amistosa e William cobria a cabeça da menina com alguma peça de suas roupas para protegê-la do calor intenso.

Ela estava sempre com seus vestidinhos, aparentemente curtos para sua idade. Na verdade, Candance e suas irmãs usavam roupas de tamanho padrão por conta da situação financeira da família, mas era evidente que era ela que se encorpava por dentro das vestimentas. William usava sempre preto - de vez em quando uma camisa branca com um suspensório - e o contraste com o rosto e o contorno roxo de seus olhos pesarosos o deixara com um aspecto misterioso. Mas tinha seu charme e a fama de bonito entre as meninas de cachinhos dourados e trancinhas de todo o vilarejo.

William e Candance não sabiam que fruto dava naquela árvore, mas o cheiro era doce como amora. Era um vício de ambos: cheirar as cores, o vento, a atmosfera e, à noite, identificar o odor das estrelas e dividi-las em constelações.

Candance queria saber que estrela era aquela que tanto brilhava.


Aquela estrala Candance? Aquela estrela... eu acho que é Cisne. Cruz do Norte. Qual deve ser o cheiro dela, hein? Ela brilha bastante, não é? Deve ser a brisa do Universo que a faz cintilar dessa forma. Foi a mãe que disse...

Candance perguntou se a mãe de William estava por ali depois que ela se foi.


Acho que sim, acho. Não é possível que depois de tanto sofrer por aqui não sejamos dignos de estar lá. Mas acho que meu pai não deve ir pra lá. Ele não é tão bom quanto minha mãezinha era.

Candance disse que seu pai também não iria. Nem Laurie, sua irmã mais velha. Porque não era direito o que ela fazia com o Jeff Thompson atrás da casa. Mulher casada não pode se sujeitar a isso. Morando na casa do pai. Que coisa feia! Aquela gemedeira não era digna de fazê-los morar entre as estrelas refrescantes e suas brisas e seus cheiros após se irem daqui.


Houve silêncio.

Candance!

Era o Maurie chamando-a para jantar e dormir.



Continua...
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BRUNO acredita que histórias tristes moldam o caráter



Créditos de imagem: Bildmacherin

11 de jan. de 2010



Kafka também se divertia, meu bem...

Por BRUNO


Era de tardizinha, mas a luz do sol, mesmo que pouca, ainda brilhava e o céu estava vermelho, de leste a oeste. Ela estava mole na cama e coberta de roupas enquanto eu estava de pé, totalmente nu, observando a paisagem que não se modificara nos últimos 30 anos. A discussão não tinha sentido. Por isso mesmo a coisa esquentou.

- O que você pensa que eu sou? - ela que me disse.

Estava rangendo os dentes de raiva. Mas nunca levantei um dedo em sua direção. Prometo. O que você acha que eu sou? Respondi perguntando. Acho que você é uma frígida. Murmurei. É isso o que você é. E ela me respondia coisas difíceis de se ouvir em meios aos urros e os socos no colchão - e as roupas de cama - que participaram da nossa última tentativa de uma vida sexual feliz.

Havia me esquecido de mencionar a origem da discussão. Perdoem-me. Confesso minha vergonha. E que Gertrudes, a minha senhora, estava limpando a casa quando encontrou algumas revistas pornográficas de minha extensa coleção. Sempre mantive segredo. Verdade. O que há de errado? Não vou me explicar para vocês leitores. Devia uma palavrinha somente a minha querida esposa que permanecia em estado mórbido em nosso leito. Comecei a me defender da pior maneira possível: recostando-me na imagem de outra pessoa muito mais brilhante que eu.

E a diferença é inimaginável: entre ele e eu estão A Metamorfose e O Processo
. O máximo que eu fiz na vida foi um berçinho para meu guri. Hoje é homem feito e nunca me disse um obrigado...

- Sabia que o Kafka tinha sua coleção de pornografia também?

Misturando indignação submissa tão peculiar a ela, disse-me E o que o porra do Kafka tem a ver com isso, seu depravado? Aí eu disse Mas é verdade! Ele guardava tudo num baú que ficou mais de 85 anos em segredo! Depois informei a importância do escritor - um dos maiores do século XX, não me esqueci de mencionar - mas Gertrudes não estava para aprender coisas de literatura. Ela sempre preferiu telenovelas e as mesmices de sempre. E acho que agora ela odeia de vez qualquer escritor de qualquer época.

Achei melhor nem mencionar que entre as figuras das revistas de Kafka estava a de um sapo chupando um pinto. Tem coisas que me dão asco. Mas não achava que era para tudo isso. Não a minha simples coleção de pornografia heterossexual, saudável e a cima de tudo, de bom gosto.

- Você perdeu a noção de tudo, Ramiro - disse ela ainda em prantos. - A nossa vida sexual ficou tão ridícula que era preciso que você se entreter-se com essas porcarias? Pelo amor de Deus! 

- Você me entendeu mal, querida! - respondi. - Só queria apimentar um pouco a relação. Sabe aqueles quadros do Fantástico? Então. E esse tipo de coisa que a gente vê hoje em dia.

- Cala a boca Ramiro!

- Não me leve a mal...

- Imbecil!

- Você está com muita raiva... - murmurei. Mas se já não fosse o bastante toda esta estupidez, dei um jeitinho das coisas piorarem. - Está com tesão? - perguntei como um cafajeste. - Quer que eu te dê um jeito agora? O abajur que veio em minha direção e acertou em cheio a janela quebrando as vidraças talvez dissessem NÃO. Não se preocupem, recebi a mensagem. Ela se levantou e em dois ou três passos sumiu do quarto. Aí pensei comigo: "Acho que parei nos anos 20..."

Gertrudes sempre foi pudica ao extremo. Quando a idade foi chegando parecia que o sexo sequer passava pela sua cabeça. Bons tempos em que eu me divertia e dava prazer para meu benzinho. Só me resta lamentar e torcer pelas boas notícias.

Mas o pôr-do-sol era o mesmo daqueles tempos onde tudo eram singelas conotações sexuais e volúpia (e um pouquinho de pele das pernas descuidadas que saiam pela saia). Aquele período de minha vida ficava mais fresco em minhas memórias quando observava o céu através dos estilhaços do vidro que ainda resistiam na janela.

Eles ainda resistiam ao inevitável e melancólico fim das coisas.

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BRUNO não que ficar velho e inutilizável



Tudo se desfez feito espuma em águas 
Por Bob Bernardo

Domo 1

O gosto de morte batiza os céus, enxame de harpias sedentas de sangue em busca do Vélo que abençoa minha terra.

Em busca de refúgio irei tropeçando em minhas vestes sujas da pureza inocente de Galatéa.
As vozes chamam meu nome batendo o martelo em julgamento, a quem me confessarei se não minha própria sombra.
O que mais incendiarei se não meu próprio eu?
Engolirei o napalm e tudo queimará por dentro, afinal o que pode purificar mais que o fogo?
Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias.

"O ecoar das vozes invisíveis tem sido o despertar diurno do velho homem, o suor inflamado escorre pelas paredes de um velho templo cheio de histórias e lembranças esquecidas sem querer."
 

O amargo sorriso tem sido o símbolo maior da falsa esperança de uma nova aurora, mesmo que as vozes chamem mesmo que exista um novo pôr-do-sol nada mais importa, pois já é decretada a morte de um velho homem que habitava ja hà algum tempo na U.T.I.
 

Nada anima um coração abalado pelas falhas, o consolo de saber que realmente se é um fracasso tem sido o acomodar em meio ao Hades.
20mg Fluoxetina mais alguns remédios o desligam por alguns instantes devolvendo-o o pouco orgulho que lhe resta, mas, sentir-ser mal é um doença moderna, afinal, pânico, medo e ansiedade são sintomas da doença crônica dos 6 Nimravidae's cingidos em vermelho sangue.
 

"O ódio que ecoa pelas paredes da alma do velho homem espera com exaustão e ansiedade pelo tratamento de seu Hades".
 

A memória do Velho homem morre a cada dia graças ao abismo criado pela distância, as saudades de caminhar com os teus passos tem sido o ar que enche os pulmões que tanto dão vida as flores e propagam a morte em nome de um mundo sem porquês.
 

Tudo se inicia com velhas histórias, todo início não passa do ato de se espalhar as sementes, em prol de que ou a quem?
 

"O fracasso abraça os sonhos do Velho homem sem pedir passagem, de que vale tanta promiscuidade e falta de amor a si mesmo se tudo que ele mais quer é voltar a nascer de novo sem que entre no ventre de sua mãe, mas como isso seria possível, sem Deuses, sem mestres ou mãos que abalem". O mundo disse a ele: "Daqui pra frente é só você, busque sua própria autonomia".
 

Com o coração pesado, ferido de tantas mágoas e desilusões ele fica a pensar se já é chegada a hora de crescer e ver que a vida não me permitiu viver seus próprios sonhos?
 

Trocar a pureza do roxo da verdade pelo aprendizado vermelho dos 6 Nimravdae's até o presente momento não tem sido muito favorável a tudo que se faz vivo dentro dele.

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Bob cultiva dreads





Créditos de imagem: Fred Eunadi

10 de jan. de 2010






Em outubro de 2009 estava insatisfeito com o "temporário", blog onde publicava artigos e contos sobre filosofia, literatura e política.
Insatisfeito porque em certo momento, me senti preso ao "padrão" que eu mesmo criei para o visual e a linha que havia escolhido para publicar os textos. Não poderia extrapolar a narrativa e criar um novo conceito, pois correria o risco de torná-lo confuso àqueles que já prestigiavam o blog.
Então pensei comigo mesmo: Como escrever textos dos mais diversos assuntos e das mais diversas formas, mantendo o padrão escolhido para os posts e mesmo assim respeitando a comunicação direta com o leitor? O que mais me preocupava era essa expansão, esse aumento de grau que necessariamente me obrigaria a ultrapassar limites e apresentar uma realização realmente satisfatória.
E o que transcende a isso? Precisava de algo que elevasse esse grau, que fosse mais intenso, de uma qualidade que me permitiria adentrar nas mais diversas formas de narrativa, persuasão e acima de tudo, comunicação?
A resposta: Superlativo.
O título deste blog traduz o que realmente quero: algo que ultrapasse o relacionamento autor-leitor, que haja uma interatividade entre uma história e as impressões de quem a absorve com suas próprias emoções num vórtice destruidor na linha tênue que separa leitura da imagem. Literatura e filosofia em suas essências.

Gostaria de contar com a participação de todos, e estejam à vontade para colaborar com as postagens, emitindo suas opiniões, enviando textos para publicação e parcerias em links. Lembrem-se: a proposta deste blog é transmitir independência, uma proposta libertária em todos os sentidos, e o desafio é provar que podemos fazer uma internet de qualidade neste país.

Cabe a mim agradecer ao meu irmão Caio que fez os layouts para o novo blog (mas que não conseguiria fazer tudo isso sem as minhas ideias e liderança hehe) e ao Bob Bernardo, que aceitou com entusiasmo participar deste projeto.
E agradecer também meus amigos blogueiros que estão sempre dando muita força. 


Segue a lista:   

Ao meu grande amigo Lou James Jr. do A Hora da Metamorfose e Memórias e Letras

Maria Luísa do Alma Poetiza que virou minha grande amiga;

Fábio Zen do Oficina Missões (que sempre me cobrou um novo projeto) valeu pela força!
Caio Coletti do O Anagrama e O Conto do Galo que sempre me possibilita a divulgação de textos em seus blogs;

Isabella F.do Isa F. Blog
Raiana Reis do Rayos de Luna 
Victor Mélo do Blog do Victor Mélo
Vinícius, o V do O Quasar 
Virgílio do  Nova Geração e Uvirgílio
Às meninas Avassaladoras 

Barbara Bastos e suas Ideias de Barbara 
Miss Mab do Chocolate Bítter 
Kelly Christi do Pequenos Deleites 
Diego? Glommer? do Soluço Mental 
Bianca Mól, autora do Política Chique e do Garota desdobrável  


E por último, mas não menos importante, Lígia, Guga do inigualável "Marcado no Tempo", Mitti, Adenilson, Thammi, Glayce Santos, Gabriel "Tubbs" Ribeiro, Vini e Carol, Camis, Mada (leitora fiel), Inez, Gutt e Ariane do "Além do que se vê", Laurah, Wander Veroni, Cynthia Andrade, Ana (:, Cris Rubi, Daniel do "Blog do Arcanjo", Jéssica Modinne.
Conto com o apoio de todos vocês!

Abraço!
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BRUNO está muito empolgado, deve ser o café...






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